Cenas Culturais

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sábado, 10 de maio de 2014

Theatro Municipal de São Paulo - Centro das Artes



     São Paulo foi fundada pelos jesuítas, com o apoio dos índios guaianases, liderados pelo cacique Tibiriçá, no dia 25 de janeiro de 1554. Foi escolhido o planalto, localizado entre os rios Tietê, Anhangabaú e Tamanduateí, principalmente porque dava para ter uma visão do entorno, com isso, se defender do ataque das outras tribos que habitavam a região.

     Da sua fundação até o século 18, São Paulo era uma vila simples, pobre, isolada do centro da colônia, que era o litoral, e sobrevivia por meio de lavouras de subsistência. Todas as principais cidades do Brasil estavam no litoral, com exceção de São Paulo.

     Depois veio o ciclo do ouro com os bandeirantes, que saíam da vila de São Paulo. Com o descobrimento do metal, a vila começa a ter uma importância e é elevada a condição de cidade em 11 de julho de 1711. 

     Com o final deste ciclo, começa-se um novo - o da cana de açúcar. Mas a produção é concentrada no interior, e a cidade vira apenas um ponto de escoamento do açúcar para Santos, através da Calçada do Lorena (estrada entre a cidade e o litoral, que atualmente dá para descer a pé).

     Com a vinda da família imperial para o Brasil, inicia-se um novo marco em São Paulo, principalmente quando Dom Pedro I proclama a independência do Brasil no riacho do Ipiranga (onde está o Monumento do Ipiranga, próximo ao Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga). Com isso, a cidade recebe o título de Imperial Cidade. 

     Cria-se a primeira faculdade de direito na cidade, no Convento de São Francisco (que deu origem a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco), em 1827. Nesta época, encontramos o estado e a cidade de São Paulo no ciclo do café. 

     Época dos barões de café que fizeram fortuna pelo interior paulistano - Vale do Paraíba, Campinas, Rio Claro, São Carlos e Ribeirão Preto. O café precisava ser transportado do interior para São Paulo, e da cidade para Santos. Foram construídas as Companhias de Estrada de Ferro Sorocabana (interior - cidade) e a The São Paulo Railway Company, Limited, ou conhecida como "A Inglesinha" (cidade - litoral). 

     Com isso, São Paulo tem um novo desenvolvimento. Deixa de ser uma cidade pequena, tímida, sem grande importância econômica, e passa a ser um centro onde as decisões, a política e a economia concentrava-se. Dá-se o crescimento da cidade e populacional. São Paulo sai do triângulo histórico, que compreende o Largo de São Francisco, o Largo de São Bento e a Praça da Sé. A cidade ultrapassa o vale do rio Anhangabaú (que está represado debaixo do atual vale), passa os viadutos do Chá e de Santa Ifigênia, e chega ao Centro Novo. 

     Os filhos dos barões do café vão estudar na Europa, preferencialmente em Paris, na França, já que em São Paulo só tinha a faculdade de Direito. Com isso, trazem os exemplos de Paris para desenvolver o Centro Novo. 

     Para atender os desejos dos barões do café, que queriam uma opção de lazer nos padrões europeus, resolvem solicitar a prefeitura que construísse um Teatro Municipal. Como a prefeitura não tinha dinheiro, os barões resolvem patrocinar a construção, mas em troca, a prefeitura deu-lhes isenção dos tributos por 50 anos.

     O Theatro Municipal de São Paulo foi uma obra do escritório de arquitetura de Francisco de Paula Ramos de Azevedo, com influência na Ópera de Paris. As obras começaram em 1903 e terminaram em 1911, ou seja, demorou 8 anos para a construção. Isto porque as peças vinham da Europa e eram encaixadas aqui em São Paulo. O estilo arquitetônico é o eclético, que é uma mistura do Renascentista, do Barroco e do Art Nouveau.

     A inauguração foi em 12 de setembro de 1911 com um trecho da obra "O Guarani" de Carlos Gomes, seguida da ópera "Hamlet" de Ambroise Thomas. É quando São Paulo tem seu primeiro congestionamento, com 200 veículos, devido a ida de todos para a cerimônia de inauguração.



     O Municipal foi construído para três ordens de público - a 1a ordem eram os barões do café e os políticos; a 2a ordem, os profissionais liberais; e a 3a ordem, pelos estudantes e funcionários italianos. Cada ordem ocupava um setor do teatro - a 1a na platéia e no 1o andar; a 2a, no 2o andar e a 3a, no 3o e 4o andar.

     Para diferenciar as classes, além dos andares, também tinha a decoração. Nos dois primeiros andares, havia uma preocupação maior com os detalhes da decoração e a medida que ia-se subindo, a decoração ficava mais simples. Da próxima vez que for visitar o Theatro Municipal repare nisto. A escada que dá acesso aos três primeiros andares é de mármore; e para os dois últimos é de madeira.

     O Theatro Municipal de São Paulo foi lar da "Semana de Arte Moderna de 22", e pelos seus palcos passaram Maria Callas, Enrico Caruso, Arturo Toscanini, Claudio Arau, Arthur Rubinstein, Ana Pawlova, Nijinsky, Isadora Duncan, Nureyev, Margot Fonteyn, Baryshnikov, Duke Ellington, Ella Fitzgerald.

     O prédio foi tombado em 1981; já passou por reformas. Atualmente além do palco, por onde pode-se ver óperas, concertos, apresentações de dança, companhias de ballet, shows, também tem um restaurante, que oferece café da manhã e almoço de segunda a sábado.



     Junto ao Theatro Municipal, tem-se a partir de 2012, a Praça das Artes. A Praça das Artes é a sede dos grupos artísticos da Fundação Theatro Municipal – Orquestra Sinfônica Municipal, Coro Lírico, Balé da Cidade, Quarteto da Cidade, Orquestra Experimental de Repertório e Coral Paulistano, além do Centro de Documentação e Escolas de Música e de Dança de São Paulo.

     Você pode visitar o interior do Theatro e também a Praça das Artes de terça feira a sábado, inclusive feriados, em horários pré-determinados. As visitas são guiadas e gratuitas. Para inscrição, deve-se procurar a bilheteria do Theatro a partir das 10 horas (para garantia, chegar as 09 horas e 30 minutos).

Classificação: Imperdível. Deve ser visitado, para saber de sua história, bem como assistir a alguma apresentação.

Theatro Municipal de São Paulo
Próximo ao metrô Anhangabaú
    

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