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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Se meu mundo caiu, Salve a dor de cotovelo!


     Você já sofreu por amor? Quem nunca sofreu, independente da intensidade que seja? Eu já sofri e é realmente um sentimento que nos deixa devastado. Parece que o sentido da vida acaba. Não se tem forças para continuar o dia a dia. O pensamento fica sempre voltando à pessoa amada.

     Ah, o amor! Sentimento transformado em palavra. Declamado e cantado em verso e prosa. Não há alguém que ainda não o tenha vivido, ou que não o venha a viver. Os gregos e romanos criaram até uma deusa para representar o Amor e a Beleza, seja com o nome Afrodite (grego) ou Vênus (romano).

     Mas do mesmo jeito que o amor faz bem, também faz sofrer. Tudo por causa do ciume. Um sentimento que aparece nas horas mais impróprias. Parece que fica espreitando até encontrar um momento em que possa se manifestar.

     E nessas horas vem a dúvida. Será que realmente a pessoa foi fazer o que disse? Por que será que chegou tarde do trabalho? O que houve que não atendeu o celular (diga-se de passagem, o celular deve ser filho do ciúme, pois basta a pessoa não atender, para as dúvidas aparecerem)?

     Não adianta tentar voltar ao lado racional. Afinal, o amor não é racional. Ele não conhece essa palavra. Ele é cem por cento emoção. Ele é, e ponto. Mas por causa dele, faz-se até guerra, vide entre outras, a história de Helena de Tróia.

     As brigas vem. As trocas de acusações começam. Surgem as oportunidades. Tudo que começou por amor, vai se esvaindo. Até que chega um momento no qual a situação dos dois fica tão incômoda, que chega a hora de acabar.

     O relacionamento termina por, ou sem, amor. Cada um vai para um lado. O luto chega e, segundo psicólogos, e principalmente por quem já viveu esta situação, deve ser vivido. Todas as suas fases. Mesmo com o amor rondando por perto.

     Entra-se na fossa. Que foi tão bem retratada nas músicas feitas em sua homenagem. Maysa era a sua maior representante. Temos também Dolores Duran, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Waleska, entre outras. Cantavam músicas que serviam para aplacar a "dor de cotovelo".

     De onde surgiu o termo "dor de cotovelo"? Dizem que as mulheres ficavam nas janelas, com o rosto apoiado no cotovelo, a espera do amor que não aparecia. Outro significado é que os homens, após uma desilusão amorosa, iam para os bares e, de tanto ficarem apoiados no balcão, bebendo e chorando as mágoas, e pensando nas pessoas amadas, ficavam com o cotovelo doendo.

     A comédia romântica "Salve a dor de cotovelo" retrata bem as confusões causadas por este sentimento. A peça narra os amores e dissabores do casal Dora e Leonel, na década de 1960. Apresenta a vida do casal desde o momento em que se conhece, se apaixona e se casa. Junto com o casamento, vem uma gama de sentimentos, como a paixão, o ódio, o ciúme e a solidão.

     A história é acompanhada de grandes sucessos da música de fossa, que servem para expressar o que o casal está vivendo e sentindo, bem como as decisões que irão tomar. Podemos ouvir os clássicos como "Meu mundo caiu", de Maysa; "Errei sim", de Ataulfo Alves; "Quem é", de Silvinho; e "Hino ao amor", de Edith Piaf; entre outros.

     A história de Dora e Leonel é igual a de vários casais que existem em qualquer canto do mundo. Afinal, por medos e incertezas, muitas vezes, os sentimentos se confundem, as palavras não são ditas, e surgem as incertezas, que acabam corroendo os corações.

     Mas não se preocupe - a dor passa! Chega uma hora em que o luto termina. É o momento da vitória sobre o sofrimento do coração. Hora de recomeçar. Novamente, pensar na gente, e não mais no outro. Arrumar-se. Perder os quilos obtidos. Ver as cores, onde antes só havia o cinza. E como diz Chico Buarque em "Olhos nos Olhos" - "...Olhos nos olhos, quero ver o que você diz, quero ver como suporta me ver tão feliz". E encontrar um novo amor, ou uma maneira diferente de amar a quem já se amou.

Salve a Dor de Cotovelo
Teatro Augusta
Até 08/06 (6a feira - 21h30, sábado - 21h e domingo - 19h)
Duração 90 minutos
Com Beto Marden, Charles Dalla, Luiz Araújo e Naíma.

2 comentários:

  1. Parabéns Rodrigo, seus artigos estão cada vez melhores. Aliás, retirei do texto uma parte que achei muito interessante e ainda não havia pensado nisso. Permita-me citá-la aqui:"o celular deve ser filho do ciúme".

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    Respostas
    1. Raimundo, obrigado pelas palavras. Faço com coração as postagens do jeito que queria ler. Esteja sempre a vontade para usar as passagens como citação. Divulgue o blog para seus amigos também.

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